segunda-feira, 28 de junho de 2010

Gozadas do Rei - Enquanto a musica durou

Como era meu rodízio e não queria me preocupar em dirigir, tomei um ônibus até a casa de um amigo pra assistir ao jogo da Copa.

Durante o caminho, enquanto eu ouvia meu iPod, ele passava pela faculdade que fizemos juntos, caminhos que costumávamos passar, lojas que frequentávamos nessa época. Começou a tocar a música "Pra onde vai" do Gabriel o Pensador. A música junto com o cenário da janela do ônibus e antigas lembranças que vieram à mil, me fez lembrar de um amigo que me deixara os melhores ensinamentos e atitudes, do qual tinha inveja quando não o conhecia, e virei admirador depois de ser meu amigo. Alguém insuperável, porém todos deveriam tentar seguir seus belos exemplos.

Como moro longe de tudo, aproveito o tempo nos transportes pra fazer minhas análises, filosofadas, pensamentos, indagações e conclusões.

O pensamento é muito rápido, e enquanto a música durou, eu me via do lado de fora do ônibus, com meus amigos, nos bares onde cabulávamos aulas (bebendo e jogando sinuca) e comendo frituras baratas sem se preocupar com a saúde, comprando artigos baratos do trabalho escravo de imigrantes ilegais, passando tempo conversando sobre nada/tudo, mulheres/dinheiro e nos exercitando na praça ali do lado, voltando da casa de meu amigo após a balada.

Por que isso ter a ver com minha coluna? Porque era a época onde os finais de semana tinham 5 dias! Ficávamos feliz no domingo porque voltaríamos na faculdade na segunda, e tristes na sexta porque demorariam dois dias infinitos até o próximo encontro.

Muitos ja me disseram que depois da faculdade (e até mesmo depois do colegial) não encontraríamos nunca mais nossos amigos, e que a amizade se transformaria na concorrência feroz no mercado de trabalho. Eu e meus amigos provamos por a + b que isso é mentira, aliás, mentira ou impossível é o que queiramos que seja!

Embora eu não fizesse o caminho há muito tempo, me senti totalmente em um clima familiar, acolhedor, totalmente à vontade. Algumas poucas lojas mudaram, mas o corre-corre na rua, a cor do ônibus, o estilo das pessoas que entraram e sairam dele, a parada no terminal, a ansiedade de encontrar os amigos mais uma vez, o cheiro de perfume barato da mulher que senta do seu lado e o sorriso involuntário que tudo isso sempre me propiciou, tanto naquela época como nesta, foram todos os mesmos...

Enfim, quando a música acabou e começou uma eletrônica agitada, acordei de meu sonho. Espero ainda ter muitos sonhos como esse, e continuar a concretizar alguns deles, embora seja cada vez mais difícil...

Caio Fagundes

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