sexta-feira, 30 de julho de 2010

Testículo do Vila - "Amor"

Peço licença, irei escrever um pouco diferente hoje para explicar a você, leitor, que o amor existe.

Imaginem um garoto apaixonado dizendo a sua amada: “Eu te amo, eu te amo como nunca amei ninguém, e vou te amar eternamente!”. Se eu fosse essa mulher diria: “Sai dessa!”.

Não que eu tripudie com os sentimentos alheios, ou mesmo ache o chavão do amor algo nocivo. Não é isso, só discordo do tempo.

Eu ando mergulhado em leituras, tudo me fascina no mundo da escrita. Mas ando a pender por Spinoza e seus afetos, bem como a Spoinville e seu tratado, digo, minha vida não é tão inocente. Já foi o tempo, e os dias passam todos!

Mas sem rodeios: O amor é um momento, o resto é virtude. E não me venham com amor de cristo, que só cristo ama assim!

Não sou hipócrita, mas é que Kant prega a virtude em Cristo e pra mim isso já é o suficiente para descartá-lo.

O amor é aquele instante, aquele trecho sublime, aquela tacada certeira que lhe chega as víceras e te impulsiona a agir. Nada mais te para, porque naquele momento tu amas.

Mas então a fidelidade? As favas com a fidelidade, é uma virtude! Ora, se é fiel é porque naquele momento não amas, pois usas a virtude para ser fiel.

Ah então existe o amor por uma só mulher, não, você pode amá-la por diversos momentos distintos, mas ela por si só não é a mesma mulher, você a ama em determinados momentos, e ela é tal qual os momentos a definem.

Então abaixo a discrepância do argumento, qual a diferença de amar varias mulheres? Nenhuma, pois bem, se nem a mesma mulher é deveras a mesma.

Concluo que, então, o amor não é arbitrário, ele provém das situações a que nos expomos, e como sou mundano sou amante do mundo, mas um momento de cada vez. Logo, aquele garoto do começo, apaixonado por sua amante, deveria dizer o seguinte: “Eu te amo, eu te amo como nunca amei ninguém, nesse momento, pois passará e amanhã amarei outra, e outro dia outra. Porém só cabe a ti ser essa outra todos os dias”.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pentelhos do Rei - amor do boêmio

O ilustre colunista Josias Vilaboas - companheiro de noites intensas - brindou-nos semana passada com um lindo texto acerca do amor. Naquela oportunidade, defendeu a existência do amor como um "momento".

Enfim, diante de tal texto, senti-me atraído pelo debate. Por consequência, senti-me intimado a falar um pouco mais sobre o amor, coisa esta a que, na minha coluna "ensaio sobre o amor", defendi grosso modo ser um potencializador superficial de sentimentos. Tal conceito, como se verá, resta intacto ante a tentativa do testículo do Vila de defender a existência de um "momento" amor.

Inicialmente, eu e Josias não discordamos da existência de um "momento" avassalador, que "te impulsiona a agir", um "trecho sublime". Particularmente, eu acrescentaria ainda que tal sentimento é animalesco. É tal que turva nossos sentidos, nossos pensamentos. Dúvida não resta acerca da sua existência.

Contudo, chamo isto de paixão, não de amor.

Especificamente no que diz respeito à relação amorosa entre pessoas, a paixão é aquele desejo obsessivo, capaz de alterar o raciocínio, o comportamento e a lucidez. Por mais que o ilustre Vila queira chamar de amor, perfeitamente aferível é constatar que estamos falando de um "momento" paixão. É algo que existe e pode ser tateado. Por mais que dure uma eternidade, sempre será momento, pois requer sempre a reafirmação da paixão sentida outrora, para que tal sentimento se perpetue até o próximo encontro.

Não dê a isso o nome de amor. O amor é equívoco. Ele é utilizado para descrever diversos sentimentos incomparáveis. O amor é vago. Não pode ser tateado. Ele reside na cabeça daquele que nele crê. Sempre pressupõe idealização, o que leva à espectativa e, por consequência, à decepção.

Diante de tudo isso, fale para o garoto da coluna parar com essas pederastias e buscar o que realmente interessa: uma vida cada vez mais apaixonante.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Testículo do Vila - "Lugar Nenhum"

Vejo um Brasil diferente do que andam falando na TV… Um Brasil sem marca, sem origem, sem um maluco que venha me dizer sobre um país racista.

E por falar em racismo, que no mais é balela, vou lhes dizer uma coisa: nunca vi ninguém racista, minto, juraram que há um tal de preto nazista, mas acho que é mentira!

Enfim, não quero falar sério, porque quem fala é chato, eu não, sou observador e sensato, por isso não pélo no saco!

Mas de toda forma, o post é sobre o multiculturalismo. Mas que besteira é essa afinal? Um dia me contaram: “Multiculturalismo é a beleza do mundo moderno, é a vivência pacífica de várias culturas dentro de uma mesma sociedade”. ãhn? disse eu.

Não sei se você me entende, mas não vejo uma vastidão de microculturas dentro de uma grande e massiva sociedade. Tudo pelo menos para mim é a mesma coisa.

Deixe-me explicar, não é que não exista diferenças, mas é que preto, branco, mulato, japa, pelé, alemão, leitoso, robinho, fogo, amarelo, no fundo é tudo igual. O que estamos fazendo a rotular culturas, a chamar nossos jovens de emos, clubbers ou coloridos, seja lá o que for, é que estamos produzindo uma diferenciação que não precisa existir.

Eu vejo na criança a beleza e a inocência de um sorriso, eu vejo na criança a capacidade de chamar o seu amigo de neguinho sem a menor culpa de nomes ou factóides institucionais.

E a beleza do Brasil ta aí, na missigenação, na amplitude de valores culturais que se misturam desde a cosmopolita São paulo a internacional Manaus.

Devemos esquecer um pouco das culturas e pensar na nossa cultura, a raíz brasileira, comum a todos que por aqui vivem, nesse clima tropical, no ritmo do samba, ao som de Tom, e na levada do Gonzaga, na loirinha do agreste, na índia de São Paulo, e na mulata do sul. E laia, e é nesse ritmo que eu vou, e pra ir pra lugar nenhum me vou é na cachaça, que desce ardendo e rasgando com todo esse lero que me mata de vergonha.

E pra finalizar, sem me esquecer de tu, meu querido Rui Fausto, ilustríssimo te digo: que vá as favas, rascunho do mapa do inferno. Que não acredites na pureza do amor eu até entendo, mas não me venha com situações animalescas, deixo claro que isso só acontece no carnaval.

Até mais ver meus cumpadis… Tenho que ir, há algum lugar que me disseram haver mazelas da cultura onde o amor rola solto, desinibido e sem compromisso… Viva ao multi, multimulheril!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pentelhos do Rei - Mulheres

És uma ciência…
Talvez força… talvez sonho…

Em teus lábios o beijo,
em teus seios, consolo.
Em tuas coxas, conforto e
em teu corpo, desejo.

Ser imprevisível,
ser indomável.
Ser pra ser seguido,
ser pra ser amado.

domingo, 18 de julho de 2010

Exceção do Rei - "Àqueles que sentem saudade de tua companhia"

Que saudade tenho da Bahia...
Se eu escutasse o que mamãe dizia,
Se eu escutasse hoje eu não sofria,
Essa saudade dentro do meu peito..

Veja que situação,
Veja como sofre um pobre coração,
Pobre de quem acredita,
Na glória e no dinheiro para ser feliz!
Que saudade eu tenho da Bahia...

João Gilberto - Saudade da Bahia

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bombadas do Rei - The Lap Dance

Gostaria de compartilhar com os leitores sobre uma experiência inusitada que ocorreu ontem à noite. Fui a um bar com os colegas de trabalho, e estava aproveitando a boa musica e boa companhia. Um cara que trabalha no bar (John) então me falou: “Você quer dançar numa cadeira, tirar a camiseta, e ganhar uns drinks de graça?” Eu então confuso falei “como assim?” Ele então explica: “Tem uma mulher aqui que esta na sua despedida de solteira, então você tem que dançar pra ela”. Pensei um pouco, e naquele momento com um pouco de álcool no sangue, aceitei a proposta, ainda sem saber direito detalhes. Minutos depois, John veio com um microfone, e me apresentou para o bar (que estava lotado de gente) e para a moca que estava prestes a se casar. Ela se sentou na cadeira, e eu comecei a dançar para ela e tirar a camiseta. Ela então tirou meu cinto e a dança continuou. Então John trouxe um shot de tequila e limão. Eu sentei na cadeira, o colocaram o shot no meu colo, e o limão na minha boca. Ela então bebeu o shot e mordeu o limão que estava na minha boca, e em seguida me beijou. Depois que acabou conversei um pouco com ela, desejei um bom casamento, e fui aproveitar minhas bebidas na faixa. Meu ego havia alcançado um nível poucas vezes atingido.

Enfim, esse foi um ocorrido de que nunca vou esquecer, e foi um prazer compartilhar essa historia.

Kakau

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pentelhos do Rei - Amâncio: o amante.

Amâncio é um homem crente no amor. Já era esperado. Teve a infelicidade de ser batizado com esse nome, pois, só na cabeça de sua mãe, o termo "Amâncio" é o nome de "Amor manso". Pequenos acasos da vida.

Primogênito, filho de pais separados, criado pela mãe, com ela e sua irmã mora até hoje, no auge de seus 28 anos. O contato com seu pai sempre foi insignificante. Talvez a falta de uma referência masculina tenha-o feito tímido, introvertido e desajeitado.

Pois bem. Um dia, como fazia em quase todos, Amâncio estava no ponto de ônibus próximo a sua casa, aguardando o ônibus que o levaria para o seu trabalho, até que sentiu um leve toque no ombro direito. Ao se virar, uma bela moça perguntou:

- Oi. Por gentileza, que horas são?

Naquele momento, Amâncio ficou petrificado. Na sua frente estava a mulher que, curiosamente, tornava concreto aquele sonho recorrente que o perseguia há muitas noites, pra não dizer anos. Os olhos daquela mulher eram como os de Capitu: "(...) de cigana oblíqua e dissimulada (...)". Mas não eram só os olhos que chamavam a atenção, reparou Amâncio. Ainda petrificado, reparou que aquele sonho trajava uma descompromissada calça jeans e uma regata branca, as quais ressaltavam as belas curvas, ou seja, a simplicidade feminina que sempre desejou. Logo a cabeça de Amâncio foi assaltada pelos belos momentos que teve com ex-namoradas no interior paulista. O traje nunca lhe deixou a cabeça. Já as mulheres...

- Moço, que horas são?

Não adiantava. Amâncio não se mexia. Estava embriagado com o leve cheiro doce que emanava dos longos cabelos castanhos daquela moça. Estava embriagado, também, com as curiosas constatações de que aquela era a mulher dos seus sonhos: "A voz que eu sempre imaginei", "A pele que eu sempre quis tocar", entre outras frases que disparavam de um lado para o outro de sua mente. Nada de pensamentos sujos ou obscenos. O sexo para Amâncio sempre foi uma consequência do amor; sempre foi divino, por isso, sempre fugia desses pensamentos pobres. Não. Naquele instante ele estava pensando que seria com aquela mulher que ele teria os filhos o bastante para montar um time de futebol de salão. "De futebol de salão!", sussurrou ele. Seria com aquela mulher que ele dividiria todas as manhãs ao acordar. Seria, pois, naquela mulher que vestiria tão somente uma camisa sua branca na beira da cama e, segurando um copo de água, ela perguntaria que horas seriam aquelas.

A moça já apontava desesperadamente para o pulso:

- Me desculpe, Senhor. Mas, mais uma vez, por gentileza, que horas são???

Inútil. Como se aquela moça falasse outro idioma, Amâncio nada compreendia. A única coisa que importava era quão bela era a voz daquilo que era a materialização de seu sonho. Era doce, suave e levemente rouca. A boca, então, tão viva, tão inebriante... naquele momento achou que sentia um leve beijo na orelha, o que o fez fechar os olhos e dobrar os joelhos de tanto êxtase.

Enquanto Amâncio se contorcia com um leve sorriso no rosto, a moça, já irritada, desistiu da empreitada de saber as horas e acenou para o ônibus que tanto aguardava. O ônibus parou, ela subiu e, com o veículo já em movimento, fitou Amâncio pela janela, descrente da cena que acabara de presenciar.

Ao dar por si, Amâncio viu o ônibus saindo com a sua amada e correu desesperadamente atrás dele. Durante a corrida, todos os seus devaneios foram se desfazendo um a um. Caiu por terra a Capitu; as manhãs; os filhos; a camisa branca; os belos momentos, sobrando tão somente o sonho de ter aquela mulher novamente por perto. Ainda correndo, chorou.

Ainda em prantos, vendo que era inútil a sua corrida, parou e percebeu que ela por um momento esteve ao seu alcance, mas se foi. E ele chorou.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Gozadas do Rei - satisfação?

Durante toda a nossa vida desejamos carros chamativos e caros, uma conta bancária gorda e a mulher perfeita para namorar ou casar (ou inúmeras mulheres). E se tivéssemos tudo isso estaríamos satisfeitos? Claro que não. E esse sentimento de insatisfação da satisfação é um pouco perigoso. Quantas notícias ou confissões já ouviu de gente muito bem sucedida que colocou tudo a perder por uma atitude besta de quererem mais do que querem?

Serão esses mesmos nossos verdadeiros desejos ou os identificamos através da influência da mídia ou sociedade? Se tivermos nosso carro, mulher e conta bancária perfeitos ainda sim procuraríamos novos objetivos ou “aventuras” diferentes que podem ir contra nossa própria condição de satisfeitos, provavelmente porque não estamos satisfeitos de verdade.

O melhor a fazer é o que seu coração manda com o calculismo do cérebro, tentando desviar das restrições já impreguinadas nele através das culturas e valores que adquirimos inconscientemente na sociedade.

Caio Fagundes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Bombadas do Rei - Fique esperto

Sempre que acontece uma mudança, os primeiros momentos passam bem devagar. A primeira semana depois de ter mudado de casa pode parecer durar um mês! E depois que nos acostumamos com a mudança e entramos numa rotina, o tempo passa extremamente rápido, podendo assim um ano inteiro se passar sem termos aproveitado tudo o que deveríamos.

Por isso, aconselho aos leitores do Diário do Rei a lutarem para não cair na rotina. A rotina tem obviamente seu lado bom. Como por exemplo, é bom sabermos mais ou menos o que vamos fazer cada dia. Se não houvesse rotina, teríamos que pensar sobre o que vamos fazer a todo o momento. Isso exigiria muita criatividade e energia! Então não há problema em ter uma rotina que nos da a “estrutura” de cada dia. Mas devemos sempre nos lembrar que essa estrutura não é de ferro, e sim madeira frágil, podendo ser quebrada a qualquer momento.

A partir do momento que entramos numa rotina sem ao menos perceber, entramos num modo de piloto automático, e assim a vida perde a graça. Então lutemos contra a rotina! Nem que isso signifique viajar para longe numa noite de dia de semana e voltar na manha seguinte, ou até correr pelado numa praia durante a madrugada.

Kakau.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sacada do Rei - Pelos passos...

Poderia proferir poesias, poemas,
paródias, piadas, pilantragens,
parágrafos parágrafos pesados,
pesadelos.....palavras pela paz.

Porém, palhaçada!
Perdi pior parte por privar próprio pseudônimo.
Pouco pude pensar!
Podem perdoar?

Produção, programação,
Progredir, prosseguir!!!
Parar......perder.

Pobres presidentes, pensadores,
pediram promoção,
pagaram por posição.
Pormenorizando: profissão.

Portanto, peço para permanecer precavido.
Pensamentos prestativos, porém parados
Próximo post prometo
princípios previamente paginados.

Puro passatempo.
Peripécia poética, protagonizante.
Prescrita por programador principiante.
Perpétua procura por par perfeito, predestinado.

Pelos passos, perturbado.
Posso pronunciar por palanques públicos,
palestras, protestos, procissões
propagandas, pronunciações.
Paixão, parei por Ti!
Preocupada? Precavi!

Para pais, parentes, povo, presentes.
Pelas palavras!!
Pela Patota, pelos Parceiros para SEMPRE!

Dom V.

Pentelhos do Rei - férias

Caríssimos leitores, saudações.

Vimos por meio deste pentelhinho comunicar-lhes que o autor Rui Fausto - titular desta coluna - está de férias e, em razão disso, não publicará texto essa semana, passando a publicar normalmente seus textos a partir da próxima quarta-feira, dia 14/07/2010.

Para os leitores incomodados, Rui manda o seguinte recado: "eu quero é que vocês se explodam".

Atenciosamente.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gozadas do Rei - Planos

Já parou para pensar quantas vezes fora surpreendido no sentido de que havia feito planos, traçado passo-a-passo do que iria fazer, combinado ação-pós-ação sozinho ou com alguém, contando os segundos no relógio e quando chega na hora, todo seu tempo de planejamento estratégico mirabolante vai por água à baixo seja qual for o motivo? (chamaremos essas situações de "caso x")
Desanimador né?

Na minha primeira coluna havia dito que era bom fazer planos para a semana, mas vamos com calma... Quando falei desses planos, são coisas do tipo: o que vou fazer de interessante durante a semana, o que farei para conseguir um aumento, coisas mais normais ou corriqueiras, a programação da semana.

Os casos x são bem mais delicados, se é que você está entendendo aos casos que me refiro. Talvez por serem mais delicados, tentamos nos esforçar pra tentar fazê-lo o mais tranquilo ou o que esperamos que seja, mas não percebemos que eles, além de imprevisíveis, são vulneráveis a situações externas.

Depois de horas perdidas (e até dias) de indagações a si mesmo, que tiram sua confiança e te desanimam durante um tempo, tirando noites de sono tranquila e trazendo perguntas como "por que não podia ser como esperava" ou "o que eu fiz de errado", só há uma coisa a concluir sobre o caso x, inclusive, citado em um excelente filme que ilustra tal situação: "rule number one: there's no rule!".

Melhor agir naturalmente do que ser surpreendido e entrar em tilt. Sem expectativas não há decepção. Se der errado não ficamos emburrados, se dá certo ficamos satisfeitos. O frio na barriga, a ansiedade e o desejo de "missão cumprida" são os mesmos, mas sem tanto pré-stress. É, o jeito é ir com você, do jeito que você é... Se não der certo, talvez não fosse pra você, pois os planos que estará usando são os que criou na sua vida inteira.

Caio Fagundes

domingo, 4 de julho de 2010

Porque eu estou com o Dunga.

O motivo do meu apoio tardio, mas incondicional ao Dunga é o fato de ele simplesmente ter acreditado no que ele estava fazendo e ter ido até o fim com suas convicções. A briga com a Globo não é relevante, o seu nacionalismo exacerbado também não o é, o que é relevante nesta minha análise é o fato de ele ter feito o que acreditava não se importando com a opinião da imprensa contra, ele possuía o apoio da população em pesquisa de opinião, mas mesmo isso não é relevante. E se não alguém não gostasse do que ele estava fazendo que tomasse uma atitude para tirá-lo de lá, porque ele não iria mudar de idéia. Eu pessoalmente não gostei das opções feitas pelo Dunga, mas aceito-as porque simplesmente não se pode exigir nada, de uma pessoa, além de que ela faça o que ela acredita. Muitos consideram isso apenas teimosia, mas é simplesmente estar disposto a todas as conseqüências de suas decisões independentes das opiniões contrárias.

Stanley Allen. E que venha a fogueira Dunga, mas eu estou com você.

sábado, 3 de julho de 2010

Cabeçadas do Rei - Cabeças

Cabeças de uma seleção descabeçada!!

Dunga era com certeza a maior cabeça dessa seleção, e não pense que estou falando do diâmetro notório do envoltório da caixa craniana desse gaúcho rancoroso, estou falando de que tinhamos uma seleção guiada por pensamento de um cara fechado a novidades e pouco aberto a criticas.

Essa cabeça parecia estar fechada a qualquer novidade e situação que viesse aparecer, talvez seduzido pelas vitórias da caminhada e dos titulos valorosos e importantes que conquistaram nos ultimos anos, porém cabeças vencedoras são abertas e antenadas as coisas boas que aparecem a cada dia que termina.

Dentro do campo o cabeça de área era o famoso Felipe Melo, figura de grande importancia dentro dos titulos conquistados sendo um bom volante de marcação com um passe refinado. Talvez seu defeito fosse a falta de cabeça mesmo, parece perder sem a mínima vontade de achar durante o jogo aquela massa que diferencia nós humanos dos animais que agem por instinto.

Perdeu a cabeça em jogos de eliminatória, amistosos, programas jornalísticos e outros compromissos pelo seu clube, deviamos respeito a ele pelo futebol dos últimos anos que por algum motivo já não se apresentava mais e aqueles que colocam em campo tiveram a incrivel falta de percepção para o momento ruim que passava.

Morremos pela cabeça de nosso técnico, de nosso volante e do holandes baixinho que comemora batendo na cabeça parecendo dizer que eles sabiam qual era o mapa da mina nesse frágil Brasil.

Dizem que quando a cabeça não pensa devemos ter corpo forte o suficiente para vencer a batalha, talvez por isso tenhamos Julio Batista e Kleberson em nossa seleção que tinha a maior média de peso e altura da história das seleções do Brasil e com certeza o menor potencial de inspiração e genialidade de todos os tempos.

Cabeças vão rolar na já manjada caça as bruxas comum aos fins de copa do mundo e assim ficamos mais uma vez com a sensação de que teriamos que chegar mais longe.

Resta curtir a dor de cabeça de uma ressaca mundial curada apenas com uma boa cerveja alemã!

Ruan Verde

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Testículo do Vila - "Quando o poeta fala"

Arre! Queria eu saber fazer poemas, inspirar aqueles que me inspiram, dizer o que digo quando não digo.

O fato é: para esses, raros e específicos magos da sensibilidade, a vida é mais fácil.

Digo isso sem conhecimento de causa. Um deles talvez me dissesse, olha você, artista, deslumbrado, eterno; olhe a mim, pobre “mau-feitor”, ninguém compreende o que digo e normalmente quando digo, deveras o que não disse é melhor do que o que quis dizer de princípio.

Mas, o importante é o olhar alheio, não o olhar interior. Que valor têm algo que é feito para si mesmo, senão o valor que nós mesmos atribuímos.

Então falo sem pestana: a vida do poeta é mais facil, e simplesmente por ser poeta.

Pense um momento, ou melhor empregue corretamente a ideia de poeta e me digas, sem titubear, o que um poeta fala? Amor será sua primeira resposta.

Mas que favas é o amor? Taí, só o dito cujo sabe! Agora você vê a vantagem! Como eu, admirador eterno das beatas, vou dize-las algo sobre algo que por certo é algo que nunca soube?

Tão confuso como o voo da abelha me é o poeta. Alguém que entende os intermédios do amor, e trabalha o amor pelas palavras é de “prima” merecedor da vida.

Vivo então, a cada dia, a vida por exemplos, e a cada dia, mais dias me apaixono por quem não conheço, pela arte que não compreendo, e pelas tardes que não entendo ao lado de minha poetisa, que de longe me ganha: no lero, no verbo, no contexto, no papo, mas principalmente no amor onde me perco e não sei voltar sozinho.

Que Dante me perdoe, mas me encontro em qual inferno?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bombadas do Rei - Critica a mim mesmo

Durante essas férias, estou tendo a oportunidade de trabalhar em um clube em uma das regiões mais ricas do mundo, The Hamptons, no estado de New York. O clube e freqüentado por famílias extremamente abastadas, onde Donald Trump tentou se tornar um membro, mas foi rejeitado, pois de acordo com rumores, não vem de origem rica. Nisso, tenho pensado muito sobre a desigualdade social é como o mundo é injusto. Muitas pessoas acreditam que o sistema é justo, onde aqueles que trabalham e se esforçam, conquistam seus espaços. Mas todos sabemos que não é assim.

Mas não devemos apontar somente aqueles possuidores de imensas fortunas, com poder financeiro de comprar uma Ferrari e pagar 90 dólares por hora por uma aula de tênis e nem sequer comparecer à aula. Todos já pensamos pelo menos uma vez na vida: Muita gente não tem nem comida, enquanto outros gastam suas fortunas com coisas fúteis. Mas a pergunta é: Qual seria o poder financeiro de cada pessoa, se a riqueza do mundo fosse dividida entre todos? Claro que não seria justo dividir a riqueza entre todos, mas só por curiosidade. Com certeza existem números com a resposta, mas me parece uma coisa tão complexa de se calcular, que qualquer que seja a resposta, eu duvidaria de sua precisão. Assim poderíamos saber: Será que todos teriam dinheiro para sequer possuir uma casa e um carro popular? Enquanto eu critico os ricos, me pergunto se eu mesmo não estou sendo egoísta. Será que eu tenho o direito de gastar meu dinheiro com bebidas, meu laptop, minhas roupas, ou até mesmo minha educação? Enquanto possuo tudo isso, ainda assim sei de fato que uma grande parte da população mundial não tem o que comer.

Mas é curioso o fato que isso não me impede de gastar com futilidades. Vivo me dando a desculpa de que estou investindo no meu crescimento, e quando possuir meu próprio dinheiro vou ajudar as pessoas na medida do possível. Mas quando esse ciclo acaba? Vou investir então na educação de outras pessoas, para que assim eles possam ajudar outras pessoas, que investirão na educação de outras. Se esse ciclo fosse assim perfeito, certamente estaríamos ajudando muitos. Mas porque não deixar de gastar meu dinheiro (que na verdade é dos meus pais), com o que quer que seja que eu iria gastar: bebidas, roupas, e até educação, e gastar este dinheiro NESTE EXATO MOMENTO com pessoas que vivem na miséria? Parte da resposta é que acredito que vou ajudar as pessoas no futuro, mas com certeza, outra parte da resposta é que sou extremamente egoísta, e assim são praticamente todos aqueles que vivem acima da linha constituída pela riqueza mundial dividida entre todas as pessoas no mundo. E agora que sei disto, vou mudar? Claro que não.

Kakau