quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Testículo do Vila - "Para-ti amor"

Ao som de Chico, lhes digo duas coisas interessantes a respeito da cultura alternativa na paulicéia de prédios encardidos...

A primeira: Aqueles que gostam de Chico Buarque não podem perder de assistir o show do "Seu Chico", banda de Recife que interpreta Chico em outro arranjo, muito mais dançante e excepcional. Eles costumam tocar no Studio SP e outros locais que dão espaço a novas bandas.

A segunda: Aqueles que gostam de Teatro comtemporâneo já devem ter ouvido falar do Zé Celso, que é gênio, louco e completamente pederastra. Esses dias fui assistir ao banquete - peça que aliás me volta a questão do amor -, escrita por platão, em uma releitura totalmente homossexual, mas que fala principalmente do Amor livre, para quem tem a mente livre de preconceitos fica ai a dica.

Agora vamos ao que interessa, o Amor...

Antes de falar do banquete, e de platão, queria dizer um pouco sobre polidez, moral e amor em um silogismo quase barato, porém com muita carga filosófica, prometo não me estender.

Considerando que a polidez é a simulação da moral, ou seja, a simulação de uma vida virtuosa - seja pela educação, ou por qualquer outra forma de coerção -, e lembrando que a moral é a escolha do dever em uma vida virtuosa, ou seja, fazer o bem porque se deve fazê-lo, podemos dizer que o amor nada mais é que fazer o bem porque se quer fazê-lo.

Argumento um pouco frágil? talvez. Kant diz que não é assim porra nenhuma, que quando agimos porque desejamos agir dessa forma estamos em conformidade com o dever, logo, não sabemos se estamos sendo virtuosos ou não, e muitas vezes tão pouco sabemos o que fazemos de um ponto de vista ético. Concordo. Mas, Kant vai ainda mais longe: Ele tem uma concepção de amor próxima a católica, onde amar é agir sem a moral, pois não é necessária, e portanto, nos momentos em que não se ama existe o amor prático, a simulação do amor onde não há amor. Aí eu concordo e discordo.

Basicamente eu discordo de Kant quando ele fala em simular amor, picas, como se simula o amor? Para mim isso é o dever de uma vida virtuosa que através de uma pré-concepção de amor você julga e age polidamente no que pensa sê-lo. Droga, se amor é sentir, como agir e ordena-lo? ou mesmo defini-lo em ações práticas? Para mim a questão de cultura em relação ao amor já, por si só, acaba com essa estrutura. Porém, quem sou eu? bosta nenhuma, então deixamos Kant para lá e vamos ao que eu penso, o que não interessa de forma alguma, exceto a mim.

Bom, se o amor não tem picas com a moral, exceto o fato de não a ser necessário uma vez que se ama, e como não se pode simular o amor - pelo menos eu não posso -, chego a conclusão que não se ama sempre, e como disse antes, por silogismo chegamos a conclusão que o amor é um momento, e tão somente existe nesse curto período onde se faz o bem porque se quer fazê-lo contudo sem ter a consciência plena de fazê-lo. Lindo não? Claro que não, o amor não é lindo.

Agora, voltando ao banquete, e dessa vez dedico a ti, que ao pensar em amor sua mente se vai longe, se perde entre linhas tortuosas tal quais as ruas de pedregulhos e as casas de janela colonial onde a maresia e o constante vai-e-vem de barcos atracando deixam sem dúvida um romance no ar, é para-ti, que pensa assim, que lhe dedico: Alma gêmea não existe!

Mas, aqueles que tem algum juízo já sabiam, romanticos tolos aqueles que pensam que a vida é monogâmica e desejamos a um só, um ser que nos completa. Bobagem das mais tolas...

No antigo texto de Platão havia uma grande discussão sobre Eros (Deus do amor), onde todos tentavam definir o que era de fato Eros. E durante essa discussão, Agatão, o anfitrião bobão, levante e despeja asneiras sobre todos: O mito dos andróginos.

Segundo tal mito, havia 3 classes de seres humanoides na terra: os macho-macho; fêmea-fêmea; fêmea-macho. Esses seres, por ventura, eram completos, unos e felizes. Detentores de extrema força, pois eram componentes de uma união perfeita. Certo dia, Zeus partiu-os ao meio, destinando-os à eterna infelicidade enquanto não encontrarem sua verdadeira metade. Essa seria a humanidade para Agatão, e a noção de amor era a união entre duas peças únicas.

Bom, se você é como eu terá percebido que amores há mil, e amores diferentes, completos em sua plenitude, todos saborosos.

Porém se você ainda não é como eu, bom vou dar-lhe alguma coisa com que pensar:

"É preciso ser dois para fazer amor (...), e é por isso que o coito, longe de abolir a solidão, a confirma. Os amantes o sabem. As almas talvez possam se fundir, se existissem. Mas são os corpos que se tocam (...) Daí o fracasso, sempre, e a tristeza, tão frequentemente. Eles queriam ser um só e ei-los mais dois que nunca..."¹ Lucrécio ainda completa: "Isso não prova nada contra o prazer, quando ele é puro, nada contra o amor, quando ele é verdadeiro. Mas prova algo contra a fusão, que o prazer recusa exatamente quando se acreditava alcança-la."

Post coitum omne animal triste...

E como um final de tarde em Paraty, a tristeza também chega a paixão... E é por isso que cada vez mais acredito no amor, não eterno, não incondicional. Perfeito nos momentos em que existe, e certamente fundamental.

E quando não há amor? Bom, ouça uma boa música, cozinhe algo excepcional, ou tenha prazer com uma mulher qualquer, quem sabe por um instante não ame, quem sabe?!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Bombadas do Rei - Fidelidade

Somos feitos com muitas características que entram em conflito. Nós gostamos de ser ouvidos, mas não gostamos de ouvir. Gostamos de ganhar, mas não gostamos de perder. E finalmente, queremos trair quando estamos em um relacionamento, mas não gostamos de ser traídos. São todas situações onde para um lado se satisfazer, o outro tem que sofrer. Claro, em níveis diferentes, dependendo da situação. No caso da traição, para um lado obter um pouco de satisfação, o outro lado tem que sofrer bastante. E alem do mais, a satisfação obtida é momentânea, e dependendo da pessoa, o arrependimento pode ser tão grande que a satisfação momentânea não vale a pena. Mas como mencionei, depende da pessoa.

No meu caso, o arrependimento é bastante, independente do fato de a mulher descobrir ou não. Se ela descobrir, obviamente a confiança acaba. Demoram anos para se adquirir confiança, mas segundos para que se acabe. Mas mesmo se ela não descobrir, simplesmente não me sinto bem por ter traído. Não é uma questão de estar ficando, namorando, ou casado, mas uma questão do que se espera do outro. Seria ótimo se fossemos capazes de saber que nossa namorada se relacionou com outra pessoa, e não sentir ciúmes, raiva, ou qualquer que seja o sentimento. Mas todos sabemos que não é assim.

Mas por outro lado, conheço pessoas que não sentem remorso em trair quando não se é esperada traição. Neste caso, sou ignorante no assunto.

Por estas e outras razões, defendo a fidelidade.

Ryan Field.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Testículo do Vila - "À vida nova"

Camaradis,

Hoje tive um dia muito especial, ah meus amigos, se ela soubesse pelo menos a metade, meu amor é o maior do mundo.

Mas, agora fora os prematuros e já feitos jargões, bom esse texto irá mudar tudo, não na minha vida mas na de vocês, leitores.

Discordo do Caio, e ainda mais do Rui; o Ryan vai no mesmo bolo. Amor não é isso nem aquilo, é outra coisa totalmente diferente, mas é apenas uma questão de ponto de vista. Espero poder tratar do tema com maior foco e um discurso bem equilibrado, entretanto, para dar-lhes um pouco de curiosidade, cito d`onde tiro parte de minhas precoces¹ conclusões: "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes" Capítulo 18, Amor. O livro é escrito por André Comte-Sponville.

Dizendo um pouco mais sobre nada, bom, o amor não é virtude, e sim a ausência delas; não é moral, mas simplesmente a falta de necessidade de usá-la; não é dever, pois quem ama não deve.

Mudando de assunto radicalmente, o que vocês acham sobre o Aero Dilma? Eu acho coerente, uma vez que já damos dinheiro para a Petrobras por que desfavorecer a Embraer? Tenho a solução: Bolsa família empresa estatal, hehe. Mas e o capital privado delas?! Ahhh quem se importa... Brincadeira, segurança hoje é tudo! Ou como diria João Gilberto: "É luxo só".

Falar em Samba e Bossa: Bom, todos vocês já devem ter ouvido a música Doralice, mas pense bem, substituimos o John pelo Lula, e a Dora pela Dilma, vejam se não combina:

"Um belo dia você me surgiu, Eu quis fugir mas você insitiu

Alguma coisa bem que andava me avisando, Até parece que eu estava adivinhando

Eu bem que não queria me casar contigo, Bem que não queria enfrentar, esse perigo Doralice (Dilma)

Agora você tem que me dizer, Como é que nós vamos fazer?"

Enfim, não sei se é minha mente perturbada, mas acho gozo nesse riso triste. Avante Brasil, que "nós que aqui estamos por vós esperamos".

Já que falei de cinema, alguém já viu "Viajo porque preciso, volto porque te amo?", eu quero tanto assistir, todavia não acho. Se alguém tiver um link me manda, juro que se for bonita eu dou um beijo.

O que me lembra: minha fixação por Los Hermanos é tanta que ando ouvindo Rodrigo Amarante, e já que estou dando dicas: Lamento Sertanejo. Se bem que é mentira, não consigo ouvir Marcelo Camelo e sua cocota, ou melhor novinha. Aiiii, espero que o Camelo não seja carioca...

E o Rio eim amigo? Dizem por aí que tão botando ordis, haha, alguém acredita? E os de farda, quem pega? Acho que vai valer a máxima do olho por olho dente por dente, o foda é que traficante ainda não tem tank, imagina?! Deve ta barato o ano novo por lá...

Por essas e outras que eu prefiro Sampa, aqui não se vive, não se sente. É um marasmo da perfeita melancolia, mas cheia de opções.

Penso em São Paulo dos anos 20, mas acho que não viveria em outra época tão áurea como o rio nos anos 60 e 70. Enfim, não voltemos a cidade maravilhosa, tão pouco ao passado, principalmente o que nunca vivi. Do passado só me interessa amores.

Diacho, queria era mesmo era falar do blog. Rui cade você camaradis? Ryan, não nos abandone não, achegue mais meu rei, gosto demais de tu, cabra macho!

E da-lhe brasilidade, a Bolívia é uma zona, penso em ir pra la nas férias, alguém junta? Curtir um trem da morte e baratas num passeio a la vida loca²? A verdade é que se o Suriname não fosse tão longe...

Cada vez mais penso em Parságada. Mas to vivo, e essa é a grande novidade. Ou seja, nenhuma. Ora pois, me sentir vivo já é algo, principalmente para quem andava no mundo rastejando seus próprios lamentos e vomitando dúvidas sem sentido.

De resto, bom, voltei a uma boa brejinha. É amigos, não aguentei ao calor dessa terra tropical, uma gelada me anima. Mas é só, juro! Quem anima?!

Dizendo isso digo adios, pois não vejo mais sentido em dizer coisas que ninguém quer ouvir, exceto meus entes queridos que por qualquer motivo tem uma profunda atração imcompreensível de minhas intimidades, alguns diriam que é loucura, eu digo que é voyerismo, mas é observar o amargor de mais uma vida medíocre.

Ah, quase me esqueci, a graça ta em ser medíocre, gente notável é muito chata...

Deixo-lhes beijos, abraços, e um caloroso conforto na despedida, pois quem ta na chuva é pra se divertir amigo, então deixe a giripoca bagunçar, que eu vou até raiar o dia... Aiueia! Huhu!

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notas:
precoce¹ - Diz respeito ao meu pouco tempo de vida e de entendimento sobre o amor, uma prematura e provável errônea conclusão e má interpretação daquilo que observei, li e senti.
vida loca² - Vida miserável, ausência de capital econômico específico, bufunfa, money.