terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sacadas do Rei - Até logo

Último post do autor que vos escreve em terras abençoadas por Deus e bonitas por natureza nos próximos anos.
Como é difícil esse momento, em que tudo que se sonha é passar todo o tempo que resta com as pessoas importantes da sua vida. Porém, muitas tarefas devem ser cumpridas para uma estadia longa e sem problemas. O tempo parece cada vez mais curto e parece cada vez passar mais rápido.

Gostaria de escrever as palavras mais bonitas, mais tocantes, mas o poeta já o fez para este momento. Desse jeito, eu fico por aqui e peço que leiam toda a letra pensando nos melhores momentos que ainda temos pela frente. Para todos que são importantes em minha vida:


Canção Da América

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
com a lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância, digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Pois, seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.









Dom V.








Vila Isabel

"Pra que mentir se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir?
Pra quê?! Pra que mentir
Se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir se tu ainda não tens a malícia de toda mulher?"

Pra que mentir

Poderia ser um poema, mas essa é uma musica de um poeta, do poeta da vila, do poeta de queixo miúdo, do poeta que cedo se foi, do poeta que da vida entendia, do Noel que era entre os sambas uma verdadeira Rosa...

Um tributo ao grande Noel Rosa, sem dúvida um de nossos maiores compositores populares do Brasil.

E agora deixe-me ir, não é meu dia, e inda tenho que decidir com que roupa... com que roupa eu vou, pro samba que você me convidou...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gozadas do Rei - Crédito ao XXXrael

Em toda nossa vida sonhamos... Com bens físicos, relações sentimentais ou o que quer que seja, e nunca estamos satisfeitos (relembrando um antigo comentário meu). Mas, será mesmo que não conseguimos nada do que queremos?

Tem aquela história de que Deus escreve certo por linhas tortas. Acredito que cada um tem o anjo, protetor, alma ou qualquer coisa assim que nos ajuda e se esforça para que estejamos bem sem ao menos percebermos. Ora, se quero um carro, ele não vai trazê-lo e estacionar na minha garagem! Isso pode ocorrer para os mais afortunados, monetariamente falando, mas com a maioria quase absoluta, não.

Falta interpretação sobre o que conquistamos e o que queremos de fato. O que quero dizer é que o carro não vem assim como sonhamos (por isso é sonho, caramba!), ou, sendo mais analista e coerente, nosso anjo não nos tras o carro, mas o transporte; não a Mega Sena, mas a oportunidade que não percebemos; não duas, três ou dez amantes, mas aquela amiga de todas as horas; não a vida boa de agora, mas as lições e conhecimento para alcançá-la; não um fiador e padre e professor e psicólogo/psiquiatra e consultor e fã, mas os amigos.

Não tenha raiva dele também, porque se você acha que ele não quer te dar algo, é porque relamente ele tem um bom motivo!
É só parar um pouco de lamentar e pensar bem no que queremos e no que temos, e agradecer ao Fulanorael.

Imagem do dia: Rei Cobra no caminho certo!

Caio Fagundes

sábado, 28 de agosto de 2010

Pentelhos do Rei - Tudo é uma questão de ponto de vista...

O Brasil está num momento de ebulição política. Vislumbro que este seria um momento ideal para expor ideias e reflexões acerca de tudo que rodeia a política brasileira. Contudo, esta semana deixo de postar um texto acerca destes temas, trazendo a colação um desses e-mails de riso que eventualmente recebemos dos amigos ou daqueles parentes que estão descobrindo a internet, pois o momento é de falar em relação, seja ela homem x mulher, homem x homem, mulher x mulher, afetiva ou não, em que tudo não passa de uma questão de ponto de vista.

Divirtam-se.

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Duas mulheres conversando: - Como foi sua noite ontem?

1ª - Uma catástrofe! Meu marido chegou do trabalho, jantou em 3 minutos, depois
tivemos sexo durante 4 minutos e após 2 minutos, ele já estava dormindo! E sua
transa, como foi?

2ª - Foi fantástica! Meu marido chegou em casa levou-me para jantar e depois
passeamos à pé, durante 1 hora até voltarmos para casa. Após 1 hora de
preliminares à luz de velas, fizemos sexo durante 1 hora e, no fim, ainda
conversamos durante mais 1 hora!

Dois homens conversando: - Como foi tua noite ontem?

1º - Foi fantástica! Cheguei em casa e o jantar estava na mesa; jantei, dei uma
rapidinha e dormi feito pedra! E a sua?

2º - Uma catástrofe! Cheguei em casa e não havia luz porque esqueci de pagar a
última conta. Tive que levar minha mulher para jantar fora. A comida foi uma
porcaria e caríssima, tão cara que fiquei sem dinheiro para pagar o táxi de
volta. Não tivemos outra alternativa senão ir a pé para casa. Chegamos em casa e
como não tínhamos eletricidade, fomos obrigados a acender velas! Eu estava tão
stressado que precisei de 1 hora até que o bicho ficasse duro e uma hora até
conseguir gozar. Foi de tal maneira irritante que não peguei no sono durante 1
hora, e fui bombardeado pela minha mulher com uma infindável conversa fiada.

Anônimo

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Testículo do Vila - "Tenho algo a dizer"

Nos pormenores digo mais que quando inspirado na pequena seiva de neurônios que ainda me restam. Oras, é nos detalhes que se faz a vida, e nos clichês que dizemos o que realmente sentimos.

Saudades, é o que sinto hoje.

Uma saudades intensa e breve, triste e alegre, mas no fundo é mais um deja vú. Retrato de meus fracassos, paisagens de tempos já vividos, a dura palma da realidade que mais uma vez me acerta em cheio no rosto.

Aguento.

Sei que a vida é assim, e tudo que é vivo é morto logo depois. Mas que vida a breve a nossa, que vida injusta. Eras tão brilhante…

Já não é, e isso me lembra um passeio pelo centro de São Paulo, pela catedral da Sé, pelo mercado Municipal. Há de se ver que a degradação está espalhada por todo lado, há também de se ver que a miséria e a sujeira convivem e comungam da mesma vida pujante, mas é preciso notar que no meio de tanta infâmia, se ergue sujo e encardido pela mais arraigada história um prédio ou outro em que se pode ver a luz do dia incrível beleza, imponente se ergue aquele que não entregou os pontos.

Assim é nosso blog, o diário do rei morreu, seu propósito de desfez, e é emocionado que declaro seu prematuro fim. Porém me disseram que a chama ainda vive, e digo mais: é essa chama que me impele a escrever essas poucas e amarguradas linhas, meu âmago diz: salve-se quem puder, mas salve Josias!`

Por isso grito! é que tenho algo a dizer, preciso falar que não morre aqui, que vive ainda. Há promessas de um novo endereço, de uma nova morada às palavras, de um recomeço. Longe desses erros grotescos, tudo será belo…

Não sei, só acredito vendo, mas tenho fé pois ainda de pé Josias grita dentro de mim: Salve-me, eu tenho algo a dizer!

Com amor,

Desesperadamente,

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Testículo do Vila - "Ame-o ou deixe-o"

Brasil, o país do futuro!

Eeee laiá, Brasil o país do futebol! Brasil o país das mulheres mais lindas, Brasil o país da corrupção, Brasil país de malandro, Brasil.

Ame-o ou deixe-o! Digo logo de cara, sem medo de enfadonho cinismo!

Ah, não encare como ato de raro patriotismo, pois sou patriota em toda copa! Hoje, deveras estive tenso na tenra manhã, logo cedo me peguei animado, em um clima vibrante, vai ter seleção! - e que merda!

Mas a vida é assim, expectativas: logo frustação. Não tem outra, ou é frustação ou nova expectativa: logo frustação!

Não me venham com chorumelas, eu acredito sim no Brasil, não na seleção, mas o Brasil é um país pitoresco e cheio de parafernalhas mil. Mas, é ainda um país das bugigangas, e cá entre nós: o país que está por vir não me agrada tanto.

Digo, é óbvio que economia e desenvolvimento tecnológico são positivos, mas que chatisse! Eu gosto mesmo é do samba, da malandragem, e do simonal - que justiça seja feita, não há justiça para tempos de guerra.

O Brasil é um país maravilhoso para quem ama, o amor é cego; o Brasil é um país que não tem jeito, por isso digo, não é malandro? não entende? então cai fora! Porque no fundo forasteiro você já é.

No fundo sou gringo, não tenho o sangue verde-e-rosa mangueira, mas que eu curto participar eu curto. Todo desengonçado, no ritmo verde amarelo eu me acabo. Então sou daqui, sou daqui porque amo, sou daqui porque nasci, cresci e me habituei a ver belo aquilo que não me é espelho.

Por favor, só peço que não me confundam com conformado e muito menos desinformado. Mas é que estou cansado. A luta não é tão empolgante, e o sistema me enoja, então eu vejo, concordo com a mudança, mas nada faço. Não é cara lavada, é a vida bohemia que me desgasta!

Faço, ainda, um adendo. Ora, não entendam meu texto como uma crítica, fiz um arranjo de pensamentos delirantes. A única critica talvez seja ao Zagalo, “que é isso Zagalo, mexe nesse time que tá muito fraco”, pois bem, termino o samba-enredo com mais uma expectativa: “E agora, José?”

Josias - mais louco que o Batman - Vilaboas

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Esses dias parei pra ficar conversando horas com um amigo, Leo, e que não conversava há tempos. Curiosamente esses assuntos culminam sempre para as mulheres. Me contou sobre sua relação com a ex e de um outro (ex)amigo, Plínio, com a namorada. Duas relações bem diferentes.

Leo namorava há 2 anos, era namorado exemplar: os sogros o adoravam, e tratava a namorada como uma mulher deve ser tratada. Sua namorada terminou justificando (de uma maneira sutil, lógico) que queria aproveitar mais a vida.

Plínio sempre foi ser pegador. Era o típico cara pop dos sites de relacionamento, tinha sempre as mais fúteis e nem tão gostosas aos seus pés, mas ainda sim gostava daquela fama de galinhão. Repugnava o namoro dos amigos e tirava vantagem das mulheres que pegava. Uma época quase namorou Valéria, mas brincava com os sentimentos dela, pois o importante era a fama e satisfação das vontades corriqueiras das mulheres, nem que isso ferisse os sentimentos dela.

A grande diferença é que Leo estava com a consciência limpa. A tratou respeitando como deve, foi carinhosos, não traía. Se foi traído? Tanto faz! No mínimo ganhou experiência e exemplo de namorado, cumpriu seu papel. Ele levou a sério a proposta: as tentativas de fazer ciuminho ou tentar mantê-lo step de nada adiantava perante a cabeça erguida e vontade de testar outras mulheres e também curtir o mundo solteiro, e sabia que inevitavelmente ela sentiria falta daquele namorado raro no mercado, talvez até se apaixonasse por um Plínio e correria atrás, tomando no mínimo uma lição. Ela ainda saiu vilã da grande relação interfamiliar criada.

Já Plínio, arranjou uma namorada linda, e "inteligente". Ela fez Plínio experimentar da paixão cega que o tornou submisso à ela. Brigavam a toda hora, ele sempre chorava e perdia. Faziam o que ela queria à hora que mandava. Enfim, experimentou do próprio veneno, e sentiu o amargo de engolir tudo que pregava. Chorou ao implorar namoro com Valéria e derramar seus sentimentos para ela, mas já era tarde. O relacionamento já é avançado e está dominado de tal forma que não consegue ao menos terminar, ao menos pensar no próprio bem.

Existem diversos tipos de mulheres nessa selva e diversas maneiras de tratá-las, e todas são perigosas. A aparência frágil e beleza sedutora não elimina (e até mascara) a capacidade incrível que elas tem de mudar alguém, difamar ou causar o caos, até mesmos os 'nuncas' e 'sempres' elas conseguem quebrar. É difícil decifrar se é ingenuidade ou malícia que define seu comportamente tão estranho, ou mehor, tão preciso. Já que é tão difícil lidar com elas, temos no mínimo que respeitá-las e estar prontos pra lidar com qualquer situação, afinal, não vivemos sem elas (não confunda com vivemos para elas). Não fale o que você pode não cumprir, não seja cegamente certo de si, seja maleável! No fundo queremos uma relação amistosa com elas, mesmo que isso seja uma questão de domar ou ser domado.

Caio Fagundes

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Testículo do Vila - "Russo"

Eu me sinto num romance russo, de 1866 para ser mais exato. Em algum centro periférico-urbano central!

Digo mais, entre duas louras e uma ruiva no meio.

Isso não porque imagino demais, mas porque a vida é como é, e a crueldade dos sentidos me impelem para o debate, o qual começo pelo tema que me levou, o Lula.

Molusco barbudo, sem o chapéu e sem o título de Czar, eu o vi por causa de Fiodòr. Estava a procura do segundo quando me deparei com o léxico do primeiro. A semântica do prusquê, e da filosofia do nunca antes é imperdível!

Digo, não só pela sátira, mas também pela piada… Lula molusco de calças arriadas! hehe.

Mas enfim, o tendecioso e expositor dicionário ao qual li é cheio de contradições a la cumadre Morales, é estranho, mas o macaco velho me diz: é a soberania, e o Lula concorda, mas discorda, tudo ao mesmo tempo.

Veja bem, leitor, não sou anti nem pró, só digo o que me aparece. O fato é que o maldito livro diz sobre discursos, os quais, solenemente dentro da política, me interessam todos, e mais: me dizem respeito!

E o lula lá, lula quê, diz que o não e nunca foi, quando de repente foi por um momento, e quando por acaso a luta era justa.

Vermelho ou não, esquerda ou não, o importante é ser sincero a aquilo que deveras tem de intrínseco. no mais é balela, falsa promessa, vadias mundanas.

Loucura diria um amigo meu, mas seria melhor um imperativo categórico: fale logo as falcatruas, nuas e cruas, e escolho por elas. Aí sim teríamos um fala mas faz, na verdade um faço com essas condições.

E ao russo? Bom, esse eu leio em bom português.

Por fim: Dicionário Lula - por Ali Kamel, o nome do conteúdo do blog.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pentelhos do Rei - Ventilator Blues e causo do "Pindura"

http://www.youtube.com/watch?v=0wEvKIrGcNI&feature=related

- Aperte o play. Esqueça seus problemas. A música é "Ventilator Blues" do album recentemente remasterizado "Exile on Main Street" dos Rolling Stones. Aliás, fica a dica para os saudosistas.

- Um colega meu contou-me uma conversa curiosa que teve com um Policial:

Após um "pindura" (costume dos acadêmicos de Direito que consiste em uma vez por ano ir a um restaurante, comer e não pagar, tudo isto para saudar a fundação do curso de Direito no Brasil) que acabou em bateboca na delegacia, em meio a um cigarro e outro, meu colega desabafou: "Esse delegado viu... quis me forçar a pagar a conta para que eu não fosse 'fichado', e assim não poder participar de concurso público etc. Grande coisa! Concurso é uma coisa que me enoja". "Mas o Dr. não pensa em prestar concurso público?", perguntou o policial. "Não", respondeu o jovem. Prosseguiu "Não há sentido em estudar pra caramba pra passar num concurso e depois ser pago para regredir mentalmente". "Ô Dotô! Você é o único que pensa assim... concurso público é a melhor coisa", respirou e prosseguiu "Você mama nas tetas do Estado e não precisa fazer nada". Segundo meu colega, a conversa acabou ali.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Testículo do Vila - "O aroma do café"

Esses dias dei-me a ler Cervantes, mas em versão rebuscada, antiga e formal. Lá se iam quase mil páginas de pura linguagem rica e arcaica dos mais profundos devaneios. Eis que, me descobri no errante cavaleiro. Oras bolas, sou-me tão parecido que me esqueço da realidade.

Pois bem, estava eu a andar, ou melhor saltitar durante minha rotina - é cavalheiros, até tu brutus! Sim, caí de fucinho na rotina.

Mas como ias dizendo, na minha entediante rotina dou-me às graças de - andarilho que sou - avoar em terras distantes e nas mais elucubrantes alcoices do mundo “afora”, onde putridam as mais interessantes almas que burilam minha vida.

E nessas andanças por possilgas, portos e botecos tenho visto repetidamente, e tomado cada vez mais: cuidado!

Como são belas as gurias, na noite taciturna as vejo mais belas que nunca, logo penso (como Descartes faria): “estou eu a imaginar tais ou será fruto do embriagante néctar da cevada?” Decido pela escuridão peculiar das noites paulistanas ornadas pelas características luzes amarelas, das quais tanto gosto e tão benevolentes são com as moças.

Belas, as comtemplo e desenho no canto d’onde fixo suas curvas, generosas formas divinas impregnadas de dotes cirurgicos. E ai me vêm naturalistas a dizer que a vida é natural, oras, de natural só tens os defeitos.

E nesse âmago, na mesa redonda “escafrunhada” a distância de minhas musas, sinto o cheiro dele, de quem me acompanha em todas as caminhadas repetidas: o café. Parceiro mui querido àquele que pertence a noite, me queima por dentro e diz: “não foi feito para as noites, mas pertences a ela, estou contigo e não abro!”

Aroma doce e gosto amargo, tal qual o da mulher…

Ardil deliciante de minha stout a tempero exclusivo de meus pingados à brasileira, tomo junto ao alcool que me dá inspiração, demoiselle, olho em seus olhos e suspiro, suplicando: diga-me que me amas agora, nesse exato momento e te direis: “Amanhã preparo-te o café”.

Sinceramente,

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pentelhos do Rei - Teoria dos Jogos

Após elucubrar em temas como a literatura e o amor, volto ao que propus outrora, ou seja, falar sobre direito, economia e política, tripé este do qual nunca deveria ter saído.

Pois bem. Inspirado por uma reportagem do Valor Econômico de hoje (04/08/2010), hoje falarei sobre a teoria dos jogos - game theory -, de John Nash, nobel de economia em 1994.

Muito embora este homem já viesse revolucionando o meio acadêmico, sua história de vida e sua teoria só vieram a ser popularizadas através do filme "Uma Mente Brilhante", vencedor do Oscar de 2002, filme em que são retratadas a trajetória acadêmica do então acadêmico de Matemática e luta contra a esquizofrenia.

Foi na academia que Nash formulou o "Equilíbrio de Nash" - popularmente chamado de teoria dos jogos -, o qual foi materializado numa tese de menos de 30 páginas. Basicamente, tal teoria consiste na concepção de que em um jogo ("game"), os jogadores ("players") agem para atender aos seus respectivos interesses ou, usando o termo traduzido para o português, otimizar seus respectivos ganhos, em que o jogo é um cenário de conflito de interesses e o jogadores são os agentes envolvidos.

Como quase todo conceito, este é básico demais e não expressa sua magnitude. Só para se ter uma idéia da revolução acadêmica ocorrida naquela época, não foi por menos que a teoria dos jogos logo foi amplamente utilizada nos estudos para de resolução de conflitos nos mercados global e financeiro e nas relações internacionais. Esses estudos têm servido de base à leitura e regulação desses cenários e atualmente encontram-se bem desenvolvidos.

Mesmo assim, pode-se dizer que a Teoria dos jogos precisa ser bem mais difundida e estudada, pois a aplicação prática dela têm sido um grande desafio, como bem ressaltam os mais estudiosos no assunto. Visando a essa difusão, esses estudiosos têm exemplificado a teoria dos jogos através da análise de temas como o impasse internacional na questão do aquecimento global, a paz mundial, e os problemas do sistema eleitoral brasileiro.

Sobre esse último tema, o estudioso em questão é o Roger Myerson. Ele faz a leitura de que nosso sistema eleitoral atualmente incentiva os candidatos a se especializarem demais para atender interesses muito específicos, o que acaba por culminar numa classe política extremamente miscigenada, em que os representantes do povo defendem interesses também muito específicos, causando a grande inércia parlamentar e o enfraquecimento dos partidos políticos. Como solução, propõe a concessão do direito ao cidadão de votar em mais candidatos por cargo, ao invés de um único como é atualmente, pois assim os políticos não tenderiam a se voltar para interesses muito específicos, o que também abriria espaço para o fortalecimento das legendas. Pena que é só teoria.