terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Gozadas do Rei - Desdesapego

Já deu para perceber os novos talentos neste ilustre Diário, que já não conta com a presença dos antigos contribuintes queridos. Bem-vindas!

Era para ser um comentário, mas pelo tamanho e oportunidade de postar, aí está.


Tratarei do assunto como de uma maneira mais abrangente, aplicável até em outros casos, quem sabe.

A arte do desapego, do "foda-se", do galinha, do espertão, do nerd, ou qualquer outra. Temos milhares de artes, ou melhor dizendo, posturas que devemos tomar a qualquer instante todos os dias. Devemos, e não podemos, porque senão viveremos como uma paisagem sem graça.

A pergunta agora é: porque temos conflitos tão grandes com posturas opostas, como a do "foda-se" e do atencioso/preocupado, do galinha e fiel amante ou do apego e desapego?
Se você for mais um brasileiro como outro qualquer, e sei que não é o caso do leitor, escolherá o que mais lhe for conveniente. Mas se você não for brasileiro sabe que isso não vai dar certo, porque mais cedo ou tarde se sentirá mal, triste, talvez até sem conteúdo.

Mais específico agora, por que "sem conteúdo"?
Acredito que em alguma parte de nossas vidas formamos nossa personalidade, formada por todos os hábitos adquiridos, explicados por tudo que se passa na cabeça, exclusivo de cada um, ou seja, um conteúdo. O problema é conseguir interpretar o que se passa e armazena nessas milhões de sinapses instantâneas da massa cinzenta.

Talvez a falta de conteúdo, infelicidade ou tristeza aconteça quando tentamos fugir do nosso conteúdo real, o que nos deixa satisfeitos quando saciamos e vice-versa. Explicarei.
Agora saindo do específico.

Seu cérebro não consegue falar para você o que precisa ou o que gosta exatamente. Numa situação destas, resta a opção de tentar. Daí o termo posturas.
Enquanto não sabemos o que realmente nos sacia ou deixa tranquilo, tentamos diversas posturas, várias vezes, até tentar achar nosso verdadeiro conteúdo. Nada fácil.

Tem um termo aí chamado ataraxia, mas não acredito que ele resolva, porque na minha opinião, livrar-me de paixões e desejos superficiais não me deixa tranquilo.

Podemos adquirir qualquer hábito (ou postura) que exista através de um processo de treinamento pessoal, para uns mais facilmente do que para outros, até atingir o desenvolvimento pleno: capaz e inconsciente. Mas será que é essa a postura, em treinamento ou desenvolvida, que realmente queremos?

Eu, por exemplo, já tive vários conflitos entre posturas, por exemplo, entre preocupado e "foda-se", variei do nível 1 ao 10. Espero que agora esteja convergindo.

A idéia de postura fica meio temporária. Não vou mudar de palavra porque acredito que as posturas, ou o que o "cérebro gosta" seja função do tempo e do que se vive. Quem já falou "eu nunca ..." ou "Eu odeio ..." e acabou entrando em contradição mais cedo ou mais tarde (dias ou anos) sabe bem o que estou falando. Pouparei exemplos porque não conheço alguem que não o tenha feito.

Se devemos nos comportar de acordo com nosso conteúdo verdadeiro, "conteúdo feliz", e ele pode ser modificado em função do tempo e de como vivo, como convergir a algo estável e feliz? Ou seja, é um conjunto de incontáveis iterações com incontáveis parâmetros inconscientes e conscientes à toda hora com os quais temos que lidar.

Como lidar com isso mais facilmente? Bom, se eu soubesse da resposta este não seria um diário...



Agora uma imagem para não perder o costume...

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