Tive que conversar muito, entrei em caminhos errados, passei por crises, suei, cai em armadilhas e sofri escoriações até conseguir sair do labirinto onde eu estava.
Foi tudo novo. O lado de fora era tão esquisito, tão diferente... Não soube como me comportar e nem para onde ir. Já não pisava fora dele há algum tempo. A grama era alta, sentia a garoa. Dei um volta em torno de mim e me deparo com um infindável terreno quase inexplorado.
Eu quis subir nas árvores, acampar à noite, curtir tempestades e caçar animais. Queria tudo. Fui atrás. Corri... Não achei árvore, nem choveu, e nada de animais para caçar. Como tamanha terra não pode me servir?
Antes de escurecer, o céu abriu. O céu azul, límpido, deu espaço ao Sol. Irradiação precisa e ao mesmo tempo abrangente. Não tinha árvore e nem lugar para me esconder. Mas o Sol não queimava, simplesmente ardia... Por dentro. Sensação de febre revigorante.
A grama era verde e baixinha.
Não choveu, mas relaxei um pouco do ardor em um banho, onde a leve turbulência das águas do rio ali perto hidromassageavam meu corpo nu.
Também não haviam animais para caçar, mas eu não passei fome e nem deixei de me divertir.
O Sol não se pôs, e quando percebo, ja havia entrado em outra lugar, ainda não conhecido, diferente também. Olho para trás e vejo novamente o inesgotável terreno que tudo tem, logo à saída do labirinto.
A escolha apenas parece difícil. Eu deito e começo a pensar.
...
"Quer saber? Ficarei por aqui mesmo..."
Só um comentário:
ResponderExcluirEu te amo!
Um das descrições mais bonitas que já li sobre como alguém começou a sentir algo inesperadamente. Lindo! Parabéns pelo texto.
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