sexta-feira, 30 de julho de 2010

Testículo do Vila - "Amor"

Peço licença, irei escrever um pouco diferente hoje para explicar a você, leitor, que o amor existe.

Imaginem um garoto apaixonado dizendo a sua amada: “Eu te amo, eu te amo como nunca amei ninguém, e vou te amar eternamente!”. Se eu fosse essa mulher diria: “Sai dessa!”.

Não que eu tripudie com os sentimentos alheios, ou mesmo ache o chavão do amor algo nocivo. Não é isso, só discordo do tempo.

Eu ando mergulhado em leituras, tudo me fascina no mundo da escrita. Mas ando a pender por Spinoza e seus afetos, bem como a Spoinville e seu tratado, digo, minha vida não é tão inocente. Já foi o tempo, e os dias passam todos!

Mas sem rodeios: O amor é um momento, o resto é virtude. E não me venham com amor de cristo, que só cristo ama assim!

Não sou hipócrita, mas é que Kant prega a virtude em Cristo e pra mim isso já é o suficiente para descartá-lo.

O amor é aquele instante, aquele trecho sublime, aquela tacada certeira que lhe chega as víceras e te impulsiona a agir. Nada mais te para, porque naquele momento tu amas.

Mas então a fidelidade? As favas com a fidelidade, é uma virtude! Ora, se é fiel é porque naquele momento não amas, pois usas a virtude para ser fiel.

Ah então existe o amor por uma só mulher, não, você pode amá-la por diversos momentos distintos, mas ela por si só não é a mesma mulher, você a ama em determinados momentos, e ela é tal qual os momentos a definem.

Então abaixo a discrepância do argumento, qual a diferença de amar varias mulheres? Nenhuma, pois bem, se nem a mesma mulher é deveras a mesma.

Concluo que, então, o amor não é arbitrário, ele provém das situações a que nos expomos, e como sou mundano sou amante do mundo, mas um momento de cada vez. Logo, aquele garoto do começo, apaixonado por sua amante, deveria dizer o seguinte: “Eu te amo, eu te amo como nunca amei ninguém, nesse momento, pois passará e amanhã amarei outra, e outro dia outra. Porém só cabe a ti ser essa outra todos os dias”.

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