quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pentelhos do Rei - amor do boêmio

O ilustre colunista Josias Vilaboas - companheiro de noites intensas - brindou-nos semana passada com um lindo texto acerca do amor. Naquela oportunidade, defendeu a existência do amor como um "momento".

Enfim, diante de tal texto, senti-me atraído pelo debate. Por consequência, senti-me intimado a falar um pouco mais sobre o amor, coisa esta a que, na minha coluna "ensaio sobre o amor", defendi grosso modo ser um potencializador superficial de sentimentos. Tal conceito, como se verá, resta intacto ante a tentativa do testículo do Vila de defender a existência de um "momento" amor.

Inicialmente, eu e Josias não discordamos da existência de um "momento" avassalador, que "te impulsiona a agir", um "trecho sublime". Particularmente, eu acrescentaria ainda que tal sentimento é animalesco. É tal que turva nossos sentidos, nossos pensamentos. Dúvida não resta acerca da sua existência.

Contudo, chamo isto de paixão, não de amor.

Especificamente no que diz respeito à relação amorosa entre pessoas, a paixão é aquele desejo obsessivo, capaz de alterar o raciocínio, o comportamento e a lucidez. Por mais que o ilustre Vila queira chamar de amor, perfeitamente aferível é constatar que estamos falando de um "momento" paixão. É algo que existe e pode ser tateado. Por mais que dure uma eternidade, sempre será momento, pois requer sempre a reafirmação da paixão sentida outrora, para que tal sentimento se perpetue até o próximo encontro.

Não dê a isso o nome de amor. O amor é equívoco. Ele é utilizado para descrever diversos sentimentos incomparáveis. O amor é vago. Não pode ser tateado. Ele reside na cabeça daquele que nele crê. Sempre pressupõe idealização, o que leva à espectativa e, por consequência, à decepção.

Diante de tudo isso, fale para o garoto da coluna parar com essas pederastias e buscar o que realmente interessa: uma vida cada vez mais apaixonante.

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