sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Testículo do Vila - "Tenho algo a dizer"

Nos pormenores digo mais que quando inspirado na pequena seiva de neurônios que ainda me restam. Oras, é nos detalhes que se faz a vida, e nos clichês que dizemos o que realmente sentimos.

Saudades, é o que sinto hoje.

Uma saudades intensa e breve, triste e alegre, mas no fundo é mais um deja vú. Retrato de meus fracassos, paisagens de tempos já vividos, a dura palma da realidade que mais uma vez me acerta em cheio no rosto.

Aguento.

Sei que a vida é assim, e tudo que é vivo é morto logo depois. Mas que vida a breve a nossa, que vida injusta. Eras tão brilhante…

Já não é, e isso me lembra um passeio pelo centro de São Paulo, pela catedral da Sé, pelo mercado Municipal. Há de se ver que a degradação está espalhada por todo lado, há também de se ver que a miséria e a sujeira convivem e comungam da mesma vida pujante, mas é preciso notar que no meio de tanta infâmia, se ergue sujo e encardido pela mais arraigada história um prédio ou outro em que se pode ver a luz do dia incrível beleza, imponente se ergue aquele que não entregou os pontos.

Assim é nosso blog, o diário do rei morreu, seu propósito de desfez, e é emocionado que declaro seu prematuro fim. Porém me disseram que a chama ainda vive, e digo mais: é essa chama que me impele a escrever essas poucas e amarguradas linhas, meu âmago diz: salve-se quem puder, mas salve Josias!`

Por isso grito! é que tenho algo a dizer, preciso falar que não morre aqui, que vive ainda. Há promessas de um novo endereço, de uma nova morada às palavras, de um recomeço. Longe desses erros grotescos, tudo será belo…

Não sei, só acredito vendo, mas tenho fé pois ainda de pé Josias grita dentro de mim: Salve-me, eu tenho algo a dizer!

Com amor,

Desesperadamente,

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