quinta-feira, 7 de julho de 2011

O gosto da cerveja

Um dia como outro qualquer, me sento no bar com meus amigos para tomar umas.
Fato corriqueiro, sem muitas novidades, mas sempre muitas surpresas e histórias. Eles pedem aquela, de rótulo chamativo, já conhecida e um pouco mais cara. Eu peço aquela que poucos pedem, geralmente motivo de chacota, barata e com rótulo desgastado. Obviamente fui o motivo da gozação momentânea diária...

Não foi nada que me tenha magoado, deixado triste ou qualquer coisa parecida, mas afirmo: foi errado.
Como qualquer papo de bêbados amigos, discutimos até cansarmos de tentar fazer-nos rir, sem propósito. Mas desta vez, assumo, eles estavam errados.

Como pode alguém falar mal de alguma cerveja sem ao menos conhecê-la, ou ter alguma referência? Precisamos de um test-drive com a noiva antes de casar, certo? Sei que foi uma comparação infeliz, mas enfim...

Hoje já não conseguimos mais contar as diferentes cervejas que se dispõem para nós: escuras e claras, doces e amargas, encorpadas e aguadas... Como sempre somos discriminados por tomar ações diferentes das que o "mundo normal" toma, mas é tudo uma questão de ponto de vista, de valores, de vontades (e principalmente motivos) e talvez curiosidade.

Sempre gostei de cerveja, confesso. Me lembro da primeira que tomei. Da segunda, terceira... Fui fiel à elas, até começar a experimentar novos sabores.
Aqueles que são "padrões", dos rótulos bonitos e silhuetas impecáveis, todos tomam, mas não é aí que vejo graça... Este maravilhosos mundo nos fornece com uma gama incontável de sabores diferentes, por que preciso me prender nos de sempre?

Você gosta do rótulo, do status, do formato ou do sabor da cerveja? Eu gosto do sabor, e nada mais natural do que experimentá-lo para ter sua opinião, sentir seu aroma e o que ela causa em seu corpo... Medo e vergonha impedem que os meros mortais provem dos mais diversos sabores. Assim como cada coisa no mundo existe por algum motivo, as cervejas também... Podem não ter o melhor rótulo nem estar nas propagandas, mas alguma coisa há de bom nisso. O único responsável para perceber o charme, sensação ou vantagem daquela cerveja feia é o usufruinte. E se alguém acha que não há nada de bom nisso, eu digo: a percepção desse alguem é limitada e não consegue perceber a gama que esta simples e indiferente cerveja pode lhe oferecer ou o quanto você pode aproveitar o momento enquanto a toma.

Comecei a beber, e desde então não paro mais. Amo cerveja. E assim vou levar minha vida.
Ser caçoado por qualquer motivo "padrão" ou sem fundamento é totalmente tolerável. O proibido é deixar de conhecer cada grão de cevada que compõe cada gole deste líquido que me tira da depressão, me põe e tira dos eixos, me tira da rotina, me aventura e me propicia os momentos mais proveitosos de minha vida, dos quais sempre compartilho na companhia daqueles mesmos que me caçoam por causa disto...

3 comentários:

  1. Que bom ver alguém de novo aqui!!!

    Estava com saudades dos textos de vocês, aliás...muito bom seu texto Caio.

    ResponderExcluir
  2. Hahahahhahaha

    Para bom entendor meia palavra basta!!

    Esse é o cara!!

    Rui Verde

    ResponderExcluir
  3. Caio, te admiro por se opor a esse mal que nos impede de atingir qualquer progresso, o fundamentalismo.

    Ryan Field

    ResponderExcluir